Mulheres encarceradas, egressas e suas familiares compõem, majoritariamente, uma coletividade atravessada por múltiplas desigualdades - como as de raça, gênero e classe - e entendemos ser fundamental buscar compreender teoricamente as demandas desse grupo e as relações complexas que as causam para a construção de uma sociedade justa e solidária.O projeto parte do diagnóstico de que subsistem gargalos estruturais relacionados ao acesso à justiça por mulheres que têm ou tiveram suas vidas impactadas pelo sistema de justiça criminal. Nesse contexto, o desconhecimento sobre como funciona o sistema de justiça, ou mesmo o represamento de dúvidas sobre essa seara, tendem a gerar obstáculos ao acesso a direitos. Portanto, a proposta tem como objetivo produzir coletivamente conhecimento sobre como opera o sistema de justiça, considerando a centralidade das dimensões de gênero e raça e suas dinâmicas ante a privação de liberdade. Nesses termos, a proposta, a partir da educação jurídica popular, visa apoiar a transformação dessa realidade. A educação é uma ferramenta de relevância indiscutível para o enfrentamento às desigualdades, e é chave central do presente projeto.

Coordenação: Everton Rangel Amorim